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  • Nov 26, 2018

Como um momento assustador se transformou em uma carreira

Cassia Silva e Isabel Pinto-Franco são intérpretes médicas no CHA Cambridge Hospital, um dos três hospitais do CHA localizados em comunidades ao norte de Boston.

Cassia Silva correu para o CHA Cambridge Hospital com sua filha, em uma noite no começo dos anos 2000. O coração dela batia tão rápido que parecia querer pular para fora do corpo. Sua filha foi tratada no Departamento de Emergência, onde recebeu auxílio de intérpretes, já que Cassia e sua filha falavam português e um inglês limitado. Elas são de Minas Gerais, Brasil.

Logo após o ocorrido elas foram encaminhadas para uma consulta de acompanhamento com um médico cardiologista na CHA, e outra intérprete médica, Isabel Pinto-Franco, começou a interpretar as perguntas de Cassia para a equipe de cuidados médicos.

Isabel, graduada no renomado programa de Língua e Literatura na Universidade de Coimbra em Portugal, chegou aos EUA no início dos anos 90. Seu sonho, desde criança, era encontrar uma carreira que lidasse com línguas, para que pudesse explorar o mundo e suas diversas culturas e comunidades.

Muitos anos depois, Isabel presenciou a tentativa de um passageiro de pedir água em português para os agentes TSA do aeroporto, que pareciam desorientados. Isabel se aproximou e tomou a iniciativa de começar a interpretar. "Foi tão fácil para mim fazer a conversa fluir de maneira tranquila para todos", Isabel comentou. "Naquele momento, eu soube que as minhas habilidades poderiam ajudar as pessoas e que uma carreira de intérprete seria a solução perfeita para isso".

Isabel tornou-se parte da CHA em 1995, sendo uma das somente duas intérpretes médicas existentes naquele momento, e tem sido muito importante no hospital desde então. Hoje, a CHA conta com mais de 100 intérpretes médicos que atendem a 300.000 chamados a cada ano.

“Eu lembro claramente de ouvir Cassia compartilhar preocupações importantes sobre a saúde da sua filha durante a consulta, e juntas conseguimos garantir que sua voz fosse ouvida. Eu mal poderia imaginar que, cerca de quatro anos depois, estaríamos trabalhando juntas como intérpretes na CHA, ajudando alguns dos nossos pacientes mais vulneráveis a terem acesso a cuidados médicos", explicou Isabel.

Cassia e sua família continuaram a ser pacientes da CHA e em 2000 ela graduou-se no Programa de Interpretação Médica e Legal na Universidade de Bentley. No ano seguinte, ela iniciou um estágio em interpretação na CHA em parceria com Isabel, que se tornou sua mentora.“Tudo estava conectado. Primeiro, Isabel foi a ligação da minha família com os cuidados médicos, e agora ela é a minha mentora", enfatizou Cassia. “Temos sido grandes amigas desde então, e na verdade sentamos uma ao lado da outra no trabalho!”

As duas trabalham juntas no Cambridge Hospital, um dos três hospitais CHA localizados em comunidades ao norte de Boston. “Se você tirar um momento para observar o balcão de atendimento do Cambridge Hospital, você verá indivíduos (funcionários e pacientes) de todas as partes do mundo, falando diversas línguas", comentou Isabel. "Nossas diferenças nos unem e enriquecem nossas vidas pessoais. Funcionários e médicos na CHA fazem questão de garantir um espaço seguro para todos, onde podem receber cuidados, e continuamos a aprender com as experiências dos nossos pacientes".

A filha de Cassia recuperou-se daquela noite assustadora e agora é uma mulher saudável de 26 anos. Ela é paciente da Traci Brooks, médica de cuidados primários da CHA.


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